terça-feira, 26 de junho de 2007

Projeto Político-Pedagógico: Para Que Serve ?

Um projeto político pedagógico ultrapassa a mera elaboração de planos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas:
.... Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade”.(Veiga, 1995)
O projeto político-pedagógico é como o fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. É, antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo.
Essa prática de construção de um projeto, deve estar amparada por concepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação de seus agentes. Só assim serão rompidas as resistências em relação a novas práticas educativas. Os agentes educativos devem sentir-se atraídos por essa proposta, pois só assim terão uma postura comprometida e responsável. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o exercício da autonomia.O que realmente significa autonomia na escola e para a escola ?
Para que a escola seja realmente um espaço democrático e não se limite a reproduzir a realidade educação, deve-se criar um espaço para a participação e reflexão coletiva sobre o sócio-econômica em que está inserida, cumprindo ordens e normas a ela impostas por órgãos centrais da seu papel junto à comunidade.
A construção do projeto político-pedagógico com concepções de Paulo Freire!
Transformar a experiência educativa em algo puramente técnico seria amesquinhar o caráter humano da formação da pessoa (Paulo Freire, 1997). O mesmo autor nos fala da importância do estímulo à curiosidade, imaginação, emoção, intuição do aluno e do professor, sempre associados à necessária rigorosidade da pesquisa científica. Nesse contexto, consideramos que vários são os caminhos para iniciar, na escola, a elaboração do seu projeto político-pedagógico. Optamos por oferecer um indicador que visa à (re)construção de uma escola mais bela, prazerosa e aprendente.
Quem gosta de freqüentar uma escola suja, feia, depredada, pichada, cheia de muros e de grades? Sentir-se bem na escola exige a preocupação constante com a sua estrutura física, com a conservação das suas dependências e dos diferentes espaços como o seu jardim, a sua horta, as suas possíveis áreas livres e esportivas para que alunos, professores e comunidade possam ocupá-las e freqüentá-las de forma lúdica, alegre, científica, pedagógica. Mas isso não basta. Importância ainda maior devemos dar à qualidade e à beleza das relações pessoais, interpessoais e grupais que lá se estabelecem. Se a escola não conta com estes espaços de trocas e de relações, razão maior possui para que se dedique a reivindicá-los, a lutar politicamente por eles e, por conseguinte, a conquistá-los. Nenhuma mudança fundamental acontece gratuitamente, sem esforços, sem luta e sem conflito. Aí está também a dimensão política do ato educativo. Daí a necessidade do PPP, processo no qual registramos tais demandas, criando movimentos favoráveis ao alcance das mudanças desejadas. Necessidades e desejos que mobilizam a ação e o desenvolvimento de processos profundamente pedagógicos.